Parte III
Vão agora algumas dicas:
Primeira: nunca confiem demais em uma pessoa. Principalmente se esta for
uma mulher ou um homem ao seu lado, ou um “melhor-amigo” de tempos e tempos.
Pois, hora ou outra uma decepção soca nossa cara como um lutador de vale-tudo.
Nunca, em absoluto, podemos confiar fervorosamente em alguém. Este é um
sentimento errôneo, indesejado... Que nos leva a uma eterna dúvida sobre a
própria confiança. A queda se torna muito menor quando já estamos preparados
para o tombo.
Segunda: duvidem o tempo todo de tudo e de todos. Isto torna os
relacionamentos mais verdadeiros, independentemente da contradição exposta. Como
podemos duvidar e sermos verdadeiros ao mesmo tempo? Simples, a dúvida nos faz
criticar os fatos, e também nos alerta sobre a realidade.
Terceira: por mais que digam que o Homem é lembrado por seus feitos e
pensamento mesmo depois de sua morte, sempre há alguém em um futuro não muito
distante disposto a fundamentar melhor suas teorias, levando seus pensamentos
ao esquecimento. Somos todos descartáveis, esta é a verdade do futuro.
Quarta: o que é o amor? Pois, se não somos capazes de conhecermos todas
as pessoas do planeta, como podemos saber e escolher uma pessoa certa para
dividirmos e passarmos nossos eternos momentos de vida? Como é possível, sendo
que há bilhões de pessoas por aí que nunca conheceremos? O amor, então, é um
sentimento de desistência e de um sussurrado “Ah, pode ser essa pessoa mesmo.
Não é bem o que eu gostaria, mas...”. Um sentimento ocasional, ao acaso, quase
sem querer.
Quinta; e esta dica é para os homens: Nunca confiem em uma mulher linda e
inteligente. Por quê? Por que é o diabo! Sim. Ou no mínimo um súcubo. Sabe o
que é isto? Procurem em um dicionário mais próximo. É um demônio feminino...
Vão gostar do resto da designação. Não existe uma mulher linda e inteligente de
verdade (que não seja uma ameaça, um perigo – mesmo que prazeroso). Isto não
pode acontecer. É como segurar o Sol com nossas mãos. Ou, melhor, chover no Sol.
É uma coisa impossível, impensável, inexistente. Sendo assim, lembrem-se bem
desta quinta dica, pois é muito valiosa. Questionem seus próprios sentimentos.
Usem o cérebro, ao invés dos testículos.
Sexta: trabalhem para viver. Não façam o contrário, o que a grande
maioria ignorante sempre faz; que é: viver para trabalhar. Isto é ridículo, e
dizem ser uma boa coisa. Isto está completamente errado. Pois, quando terão
tempo para viver? Quando tiverem idade o suficiente para serem considerados
múmias-vivas? Quando sentirem-se dispostos apenas para andar algumas quadras,
quando muito, ou discarem o número da farmácia para comprar remédios? Aquela
conversa de que o trabalho dignifica o Homem, ou que trabalhar é ser saudável,
ou qualquer bosta que digam a respeito, isto está completamente fora, distante
de ser uma máxima. É coisa de protestante, de um bando de cristãos sem caráter,
sem raciocínio, cegos... Submissos. Os índios trabalham apenas para garantirem
sua existência (quando o mundo “civilizado” não os mata primeiro). Eles sim são
felizes. Eles caçam sua carne, plantam a maioria de seus alimentos, desenvolvem
medicinas naturais que são bastante eficazes (e nós somos inteligentes?) Nós,
no entanto, ainda acreditamos na modernidade. Ou seja: no sistema escravocrata
“livre-assalariado” que nos garante... O que mesmo?
...
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