Intragável
Serviram-me um café absolutamente intragável.
Um café ruim, péssimo, café viscoso. Quente, mas, parece morno para frio por causa dessa viscosidade.
A vida às vezes é assim: viscosa. Intragável, às vezes. É nojenta como esse café. A xícara e o pires no qual me serviram são até bonitos e meio delicados. Como a vida. Às vezes bonita, mesmo com a delicadeza de um rinoceronte enfurecido.
Cheiro de gasolina por toda a parte. Lugar esquisito. Visto de fora para dentro até que parece legal, mas, de dentro para fora, a visão da rua, das pessoas, do tipo esquisito de gente feia e esquisita... tudo normal. Deprimente. Gente pedindo dinheiro, pedindo um gole de café de garrafa na porta ao lado. E eu pensando "o que estou fazendo aqui"?
Quando ela chega, imediatamente digo para não pedir café. "Escolha outra coisa". O segundo pior café da minha vida. Pergunto por que aquele lugar, por quê aquele café, e ela diz que é "para descontar o vinho ruim e barato" de noites atrás.
Ela se levanta, eu pago a conta e saímos para outro ponto menos constrangedor. Espresso de qualidade, bolo de cenoura com chocolate e duas colheres no prato.
Passo o tempo todo tentando entender por quê ela fala tanto e o que diabos quer dizer com tudo aquilo, além de sua insegurança e ansiedade aparentes.
______
04 de abril de 2008
Serviram-me um café absolutamente intragável.
Um café ruim, péssimo, café viscoso. Quente, mas, parece morno para frio por causa dessa viscosidade.
A vida às vezes é assim: viscosa. Intragável, às vezes. É nojenta como esse café. A xícara e o pires no qual me serviram são até bonitos e meio delicados. Como a vida. Às vezes bonita, mesmo com a delicadeza de um rinoceronte enfurecido.
Cheiro de gasolina por toda a parte. Lugar esquisito. Visto de fora para dentro até que parece legal, mas, de dentro para fora, a visão da rua, das pessoas, do tipo esquisito de gente feia e esquisita... tudo normal. Deprimente. Gente pedindo dinheiro, pedindo um gole de café de garrafa na porta ao lado. E eu pensando "o que estou fazendo aqui"?
Quando ela chega, imediatamente digo para não pedir café. "Escolha outra coisa". O segundo pior café da minha vida. Pergunto por que aquele lugar, por quê aquele café, e ela diz que é "para descontar o vinho ruim e barato" de noites atrás.
Ela se levanta, eu pago a conta e saímos para outro ponto menos constrangedor. Espresso de qualidade, bolo de cenoura com chocolate e duas colheres no prato.
Passo o tempo todo tentando entender por quê ela fala tanto e o que diabos quer dizer com tudo aquilo, além de sua insegurança e ansiedade aparentes.
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04 de abril de 2008
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