Já escrevi isso antes, mas não lembro quando ou em qual
contexto. O que eu sei é que preciso de uma noite de sono, uma noite inteira e
boa. Sem nada além do sono que me faça apagar. Sem que o dia seja um apanhando
de flashes que eu não consigo somar e trazer um momento fixo. Sem que a noite
não seja uma dúvida sobre o real ou o ilusório. Preciso dormir para saber se eu
realmente acordei no dia seguinte, sem essa dúvida que me faz pensar se o que
aconteceu realmente aconteceu e se hoje é mesmo o hoje. Não sei bem se é culpa
minha ou se é coisa dessa rotina de dias com apenas vinte e quatro horas. Entre
quatro paredes tudo muda, a cama, a cabeceira agora com napa vermelha, tudo em madeira
rústica... e eu não sei se fui eu que fiz, porque o tempo passa e eu não vejo
passar. Não há conquista e não há com quem partilhar o que acontece. Não há
registro. Só este sono que não vem naturalmente. Só estes fragmentos de dias
fragilizados e os segundos no relógio que marcam a saudade. E o tempo passa
para todos, menos para mim. Dormir e acordar no mesmo dia, como naqueles tempos
congelados e solitários no apartamento 01 da 1481. Tudo é fragmento, e tudo o
que eu mais queria é uma noite de liberdade e um dia de permanência.
28 de janeiro de 2018, 02:59hs. Domingo.
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