Não foi como sentir amor pela
primeira vez. Não. Nada disso. Não foi assim. Foi como ter sentido pela
primeira, segunda, terceira... Na verdade, foi como ter sentido amor pela
última vez. Por que pela última? Fácil! Foi como sentir todo o amor que precisava
para toda a vida, o resto de uma vida que está apenas começando, com um amor
tão forte quanto... quanto... Não... Não consigo pensar em nada parecido. Nada
que se compare. Esse amor é diferente. Um amor único e velho. Velho por me
fazer sentir como se o sentisse desde o começo, desde meu primeiro aniversário,
desde meu primeiro suspiro de vida; desde minha primeira vez... Minha primeira
vez em amar de verdade, sem medo, sem querer parar. Com medo! Morrendo de medo
de parar. De parar de amar. Não! Não. Não quero. Não quero parar de amar. Quero
continuar amando para continuar tendo vontade de amar ainda mais,
impossivelmente, incomparável e incontrolável... felinamente.
Foi naquela noite do dia 13.
Sexta-feira 13 de lua cheia. A lua parecia querer nos engolir. Para onde eu
olhasse: lua. Lua cheia. Cheia de vida, de paixão. De um amarelo avermelhado
denso, apaixonado. E foi assim que me senti: absolutamente apaixonado. Há dias
me sentia assim. Mas, foi naquela noite que tomei coragem. Foi ali, em pé na
calçada, que tomei coragem de amar novamente. Não! Amar completa e
verdadeiramente. Foi ali, tremendo feito criança no frio, com os lábios secos e
mão quentes; foi ali que tomei coragem e disse tudo a ela, ou quase tudo. Não
queria parecer idiota, afobado, imaturo. Não! Mas foi ali, em pé na calçada,
que tomei coragem e lhe confessei o quanto a desejava, o quanto eu queria que fosse
minha. Não sei o quanto ela prestou atenção. Realmente não sei. Não estávamos
bêbados, não, mas a noite já havia começado. Tive vontade, tive medo... tive
medo. Isso explica as mãos quentes e voz trêmula. Medo de parecer que não sabia
o que estava fazendo. Um beijo tímido, mas cheio de vontade e tentando
expressar o maior carinho do mundo por aqueles lábios.
Mas não foi ali, em pé, que
surgiu a palavra. Foi só há algum tempo depois, poucas semanas; surgiu em forma
de dúvida: “... é cedo pra dizer que eu
te amo”? “Não! De jeito nenhum, por que eu também amo você”.
Agora sei, e como sei... Sabemos,
queremos: passar a vida toda juntos parece tão pouco; todas as vidas em todos
os tempos. Agora sei o que é ser feliz, amar de forma incondicional. Dizer “eu
te amo” parece pouco, mas quero, e quero muito continuar dizendo a todo
instante: “eu te amo, e quero continuar
te amando, nesta e em todas as vidas”.
...
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