
Uma mulher com uma grande
história de vida, com o peso de lutas incompreendidas em seus ombros. Incompreendidas
pela maioria. Eu até que as entendida; mas certamente eu não teria ou disporia
de tanta paciência.
Hoje uma mulher morreu. Alguém que
me respeitava mesmo sem conviver grande parte da vida comigo. Rufh! A quem estou querendo enganar? Nos
víamos apenas em momentos muito específicos e quase não conversávamos. Mas nos
respeitávamos, pois sabíamos qual o peso de sermos quem éramos – e diferente
dela, continuo sendo, ao menos em vida. Ela me respeitava como a alguém com
algum valor; que até mesmo eu não enxergava por muito tempo.
Hoje, mais uma mulher morreu. Uma
mulher cheia de vida. Cheia de batalhas vencidas.
Hoje, mais uma mulher morreu. Como
tantas outras nesse mundo humanizado e civilizado que nos permite nos destruir;
nos tratarmos como descartáveis, como nada, como lixo. Principalmente se
estiver na pele de uma mulher.
Hoje uma mulher morreu, e eu não
disse nada. Dei meus pêsames a um amigo e bebemos uma dose. Entrei no carro e
fui embora desconcertado por quem ficou para sofrer a perda anunciada.
Azaleias, Margaridas, Magnólias,
Rosas. Nomes de flores e mulheres que agora jazem pálidas, porém, radiantes
pela memória. E tudo isso me faz pensar, refletir sobre tudo, sobre o tempo.
Hoje uma mulher morreu. Eu não
estava lá; mas senti o lamento na atmosfera.
18 de janeiro de 2019, 22:55h.
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