O documentário “Bukowski – Born into
this” lançado no ano de 2003, dirigido por John Dullaghan, conta um pouco da vida
deste que foi (e ainda é) um dos maiores escritores do século XX. Muitos associam
Bukowski com a cena beat, mas esta associação é errônea. Bukowski não se
preocupava com o academicismo da literatura, e escrevia o que lhe vinha à
cabeça (como muitos outros) sem se importar com a forma, com a estrutura em si.
Enfim. Esta coluna não é sobre a
escrita em si, e sim, sobre o escritor e o documentário sobre sua vida.
“Born into this” conta em detalhes
algumas fases da vida de Charles Henry Bukowski Jr. Seu início de carreira,
suas bebedeiras, vida conturbada, casamentos, relacionamentos, empregos...
entre outras coisas que refletiram e interferiram diretamente na vida e nos
textos do autor. Mostra também um Bukowski violento, inclusive em cenas
gravadas, agredindo uma de suas esposas (Linda), enquanto discutem seu relacionamento,
com Bukowski questionando a vida noturna de Linda que passa suas horas fora de
casa, com os amigos, e não com seu marido. O registro também aborda o início de
carreira totalmente sem dinheiro do autor, que (assim como a maioria dos
escritores do mundo, inclusive este que vos escreve) é obrigado a enfrentar inúmeros
empregos para sustentar sua profissão de escritor (e no caso do velho Buk, suas
bebedeiras, noitadas, sexo e a fins – que, na verdade, acabam fazendo parte de
todo clichê que um escritor pode ser. Amém?).
Vida conturbada, violência
infantil, violência doméstica, patrocinadores, trabalho, carreira, referências
externas, comentários de amigos familiares e do mundo das artes, como Bono Vox,
Sean Penn, entre outros... tudo isso faz deste documentário um registro fiel e
muito importante e necessário para se compreender um pouco da trajetória de
Bukowski e sua grande influência no mundo das artes, principalmente na
literatura mundial, já que fora traduzido para inúmeros idiomas e hoje pode ser
encontrado em qualquer lugar graças a nossa maravilhosa InternetA (acredito que
o doc integral com legenda exista no YouTube também).
Ah, claro. Só para constar,
novamente: Sinto lhe informar, se ninguém nunca lhe disse: Bukowski não é beat.
Foi um bêbado, um junkie, um miserável, um poeta como tantos outros, um ser humano
cru, rústico e bem-humorado. Mas, não um beat. Bukowski fora, antes de tudo, um
escritor original, sem regras.
Grande abraço, mundo. Vocês são
ótimos. Até a próxima.
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